Rodrigo Fortes

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre o primeiro"

Malware no Brasil

O termo malware é proveniente do inglês malicious software, destina-se a se infiltrar em um sistema de computador de forma ilícita, com o intuito de causar algum dano ou roubo de informações (confidenciais ou não).

O Brasil ocupa a terceira colocação no ranking mundial de ataques de malwares, o qual é liderado pela região da Sérvia e Montenegro, no Leste europeu.

Já na parte de produção o Brasil esta em 2º colocado com 14,2% da produção mundial, segundo a empresa Sophos, ficando para trás apenas da líder mundial China com 30% que ganhou o posto da Rússia que possui 23.30% do mercado mundial. Estes dados também podem ser observados pelo mapa virtual no site da PC Tools (http://www.threatexpert.com/map.aspx), com uma pequena variação de valores.

O número total de computadores brasileiros que reportaram a presença de algum tipo de malware ou software indesejado caiu 12,6%, segundo a sexta edição do Relatório de Inteligência e Segurança da Microsoft, divulgado no dia 8 de abril de 2009. Pela segunda vez, o estudo traz dados relacionados aos ataques com softwares maliciosos realizados contra usuários brasileiros.

A maioria das pragas chinesas, diferentemente das brasileiras, dá o controle total do computador infectado ao criminoso, mas 17% delas roubam senhas utilizadas em jogos online. Uma justifica para isso (que não consta no relatório) pode ser a prática de “Farming” em jogos online, que é muito comum na China.

Farming consiste na obtenção de itens raros e dinheiro no jogo para vender para gamers dispostos a pagar dinheiro verdadeiro. As contas roubadas podem ter estes itens e facilitar o trabalho das organizações especializadas na venda de mercadorias virtuais. Uma reportagem de 2005 do New York Times estima que 100 mil chineses estavam empregados em tempo integral (12 horas/dia) para executar ações repetitivas em jogos online que são recompensadas com muito ouro virtual e itens raros.
A forma mais recente na distribuição de malwares que esta se tornando cada vez mais comuns entre os criminosos digitais brasileiros é a compra de falsos domínios para enganar os usuários e espalhar malwares.

O objetivo é fazer a interface do site falso ser o mais parecido possível com o do verdadeiro, desta forma o usuário navegaria pelo site enquanto scripts maliciosos estariam sendo rodados no seu computador.

Segundo o site Linha Defensiva, antes de utilizar domínios personalizados, criminosos hospedavam seus arquivos maliciosos em serviços de hospedagem gratuita, tanto no Brasil como no exterior. Um dos serviços mais usados para esse fim é o site de hospedagem gratuita Pochta.ru, localizado na Rússia. Apesar da localização, a equipe do provedor russo responde rapidamente quando informada sobre abusos de seu serviço e derruba os sites maliciosos.

A criação de um domínio se tornou bastante simples e barata, mesmo que a empresa onde esta hospedado o site bloqueie o serviço por conter códigos maliciosos, basta hospedá-lo em outra empresa que ofereça o serviço. O principal alvo dos criminosos é o roubo de usuários e senhas.

Um fato que contribui muito para este índice é o Brasil possuir uma deficiência de leis contra estes crimes, outro fator que influencia diretamente é a falta de educação e a economia do país. No início, os hackers só procuram a emoção de invadir um sistema, Porém perceberem que ganhar dinheiro com as fraudes e roubos na internet são mais fáceis do que se imagina.

Países com a realidade social parecida com a do Brasil, como a Índia, também possuem a mesma configuração em relação a crimes cibernéticos.
Criminosos continuarão tentando achar métodos novos e mais difíceis de detectar para infectar os computador e roubar informações, mas boas práticas de segurança, proteção atualizada e um compromisso ativo com a divulgação de informação vão ajudar as empresas a protegerem suas redes